Aula 10º - Começando a escrever - parte 1

30/12/2010 16:28

 

Olá!

Para variar, venho pedindo desculpas aos meus fieis leitores e leitoras pela demora...

Primeiramente gostaria de pedir aos leitores que, se quiserem, adicionassem meus jornais às suas observações. Isso vai ajudar a saber quando um capítulo novo foi postado nas Aulas, porque eu sempre deixo um jornal avisando ^-^

É bem tranquilo, basta acessar minha página, daí clicar em adicionar às observações e então selecionar Jornais. Até porque, como vocês devem ter percebido, as aulas não são sempre no mesmo dia, no mesmo horário. Muito difícil, na realidade. Obrigada!

Hoje começo então a seção Começando a escrever, que, inicialmente, planejo dividir em duas partes. A de hoje consiste em uma super dica do Philip Pullman, autor de Fronteiras do Universo, cujo primeiro filme, A Bússola de Ouro, saiu recentemente. Quem quiser conferir a matéria original, acesse o site His Dark Materials

Aqui está traduzida a entrevista, que engloba grande parte do que venho tentando passar a vocês! A tradução foi feita por mim e eu gostaria de comentar algumas entrevistas que escutei no 3P Podcast (é fácil de encontrar, basta acessar o site oficial de Philip Pulman, de Christopher Paolini ou da escritora Tamora Pierce. É bem longo e difícil de compreender por causa dos chiados. Ah, e é obviamente em inglês). Mas isso fica para quando eu tiver tempo hábil.

O trecho é sobre escrever livros, mas batante aplicável a escrever Fictions, e deixa bem clara a paixão do autor pela escrita. Também ajuda a começar a escrita, dando dicas sobre roteiro e personagens, complementando as aulas previamente estudadas aqui.

Não vou colocá-lo em itálico porque acho que isso dificulta a leitura razoavelmente. Vou apenas postar entre aspas.

Espero que curtam a entrevista!

"Primeiro, faça um plano. Pegue um grande pedaço de papel, o maior que você encontrar e alguns daqueles post-its amarelos. Escreva uma idéia para uma cena em cada um dos papeizinhos amarelos e cole-os no papel maior. Quando houve uma boa quantia deles, cerca de quarenta ou cinqüenta, mova-os até você os colocar na melhor seqüência que você conseguir. Isso é o roteiro.

Então, você cria alguns personagens. Você precisa de uma mistura de alguns bons e maus, de alguns velhos e novos, de alguns ricos e pobres, de alguns bonitos e feios e por aí vai. Dessa forma, todo leitor vai ter um personagem com quem se identificar.

Você vai então precisar fazer alguma pesquisa. Você quer escrever sobre a vida num castelo medieval? Vá à biblioteca e pesquise. Você quer saber que espécie de roupas eles usam no norte da Finlândia? Procure uma National Geographic. Você precisa fazer muita pesquisa. Faça fotocópias de tudo o que precisar. Quanto mais você pesquisar, mais interessante ficará o seu livro.

Então...

Bom, então você pega seu grande pedaço de papel com o roteiro nos post-its amarelos, e suas cuidadosas notas sobre seus personagens, e seus material fotocopiado sobre os castelos e a Finlândia, e você os junta numa pilha e joga tudo fora.

Esqueça. 

É inútil.

E você começa a escrever algo completamente diferente, algo que você não tem a menor idéia do que seja, algo que simplesmente veio à sua cabeça, algo que é urgentemente estranho a você.

E então você é atacado por uma febre de excitação. É como se apaixonar; é como sair para uma viagem emocionante; é como nenhuma outra alegria no mundo. Você está possuído. Você se sente radiante. Você brilha.

Mas... Então vem um tempo, depois de uma boa parte (no meu caso, geralmente por volta da página 70), quando você se desapaixona por isso. De fato, você começa a odiá-lo. Você lê e relê continuamente, e você está convencido de que ninguém, em toda a história do mubndo, escrito algo tão desconexo e sem energia. Você fica envergonhado. Você mal consegue olhar para a sua imagem no espelho.

Mas como agora é muito tarde para fazer outra coisa, e porque você é teimoso, você escreve sem esperanças até chegar ao final. Então você põe tudo de lado e decide virar um jogador de futebol ou um astro de filme ou um cirurgião. Qualquer coisa deve ser mais fácil do que escrever.

Mas, depois de um tempo, você pensa... Não, não está assim tão ruim.

E... Quando eu comecei, estava realmente animado.

E... talvez se eu olhasse isso novamente, eu poderia melhorá-lo e cortar aquele pedaço e talvez trazer aquele personagem mais cedo, pode funcionar.

E você começa a curtir e pensar... Ei, na verdade isso não é nem um pouco ruim.

Então você corta, e você gasta tempo nisso, e você muda a ordem disso aqui e daquilo lá, até que a história funcione. (...)

Fonte: animespirit