Sony declara guerra aos hackers
Desde o lançamento da PS3 que a Sony nunca passou por uma fase tão complicada no confronto à pirataria. Os episódios de conflito com elementos ligados à modificação das consolas deixam em aberto o problema. Na verdade, desde que a PS3 foi colocada no mercado, esta é a situação mais difícil de lidar para a empresa japonesa e por cada foco de incêndio apagado, dois ou três deflagram.
Todavia, o resultado desta operação apenas inibiu os utilizadores prevaricadores de acederem à rede e à utilização das funções exclusivas on-line que o sistema permite, mas não os impediu de continuarem a jogar, recorrendo a cópias ilícitas. A história diz que um sistema pirateado não é necessariamente mal sucedido, serve até de estímulo e pode mesmo ser um factor de ponderação na hora da compra. No entanto, será mais estreita a margem de lucro das vendas de software, particularmente em caso de material exclusivo, podendo causar resultados nefastos às editoras.
Ontem soubemos que a Sony está a desenvolver mais acções no combate à pirataria e que só por isso ficará longe de resumir a actividade anti-pirataria a uma actuação de vigilância e eliminação das contas dos utilizadores que acedem à plataforma digital com a consola alterada. Há quem diga que nada faz parar a pirataria e que esta actuação só colocará mais em cheque a posição de guerra declarada pela Sony.
Para além dessas acções, um outro "hacker" do sítio PSX-Scene (dedicado à modificação) foi há poucos dias alvo de uma rusga policial durante a madrugada. Ele contou depois que foi alvo de uma participação da Sony e que a polícia entrou na sua casa e lhe apreendeu contas e uma série de bens. "Chokolo", assim é o seu nick de uma página que mantém, revelou ainda que os seus trabalhos podem ser encontrados na internet e que outros podem continuar o seu legado.
O peso da situação é insuportável e a Sony compreende que mais acções do género despertarão ainda mais a propensão para os "hackers" demonstrarem ao mundo que conseguem ficar por cima da situação e vencer qualquer luta declarada contra os seus trabalhos que são sempre percebidos como prémios diante das comunidades envolvidas.
De qualquer modo, a Sony não quer abdicar dos seu direitos e mostra-se disponível para actuar dentro das margens. O desenvolvimento dos grupos dedicados à actividade legal, com propostas de trabalho abertas nos últimos dias, terá um efeito parco na luta contra a pirataria. Outros continuarão a desenvolver o trabalho por aqueles que ficam detidos e vêem os seus bens apreendidos.
Eles continuarão a concretizar uma espécie de terrorismo nesta fase da abertura dos sistemas domésticos à rede. Porém, o reforço no combate à pirataria é também um sinal de afirmação da própria marca, endereçando um sinal positivo e de confiança para a comunidade, algo que as circunstâncias exigem, por mais avessa que seja a situação.